Cestas no céu
02/07/2019 16:50:26
Cestas no céu
Infelizmente, nos últimos meses,
o basquete brasileiro vem sofrendo alguns “desfalques” que vem deixando a
comunidade do basquete com uma enorme dor no coração. Em 2018 perdemos o
ex-pivô Fábio Pires, o Fabião, que morreu aos 40 anos, por problemas cardíacos.
Durante sua carreira Fabião se destacou no basquete paulista defendendo as equipes
de Franca, COC/Ribeirão Preto, Liga Sorocabana, São Caetano do Sul, Santo
André, Guarujá, Santos, Pinheiros, Corinthians/Mogi, Mogi das Cruzes e Casa
Branca. Em março deste ano o basquete feminino perdeu a ex-jogadora da seleção
brasileira Laís
Elena, que faleceu aos 76 anos, vítima de um câncer. Pela
seleção, Laís Elena foi cinco vezes campeã sul-americana, ganhou medalhas de
ouro em dois Jogos Pan-Americanos e conquistou a medalha de bronze no Mundial
de Basquete de 1971. Depois de se aposentar, Laís Elena dirigiu por um período
de 40 temporadas as equipes femininas de Santo André. Continuando essa sina de
perdas irreparáveis, no mês de junho, o basquete brasileiro recebeu mais duas
notícias tristes que chocaram o “mundo da bola laranja”. No dia 23, devido a
problemas no coração, perdemos o ex-jogador de basquete, Paulo Meindl Von
Berger, o Paulão, que faleceu aos 55 anos, atleta que atuou por vários anos no basquete
francano. Paulão Urutu, como era conhecido, ganhou vários títulos em Franca e
chegou à seleção brasileira na década de 80. Após sua aposentadoria das
quadras, Paulão virou técnico das categorias de base do Franca Basquete. Paulão
jogou nos principais times de basquete do Brasil e teve uma passagem no
basquete de Casa Branca disputando o campeonato nacional de 2000. Para
completar o mote de noticia triste, no dia 29, uma das grandes esperanças do
basquete brasileiro, Michael Uchendu, de apenas 21 anos, morreu vítima de
afogamento, depois de sofrer um acidente de Jet Ski na região da Serra da
Cantareira, em São Paulo. Campeão do NBB na temporada 2016/2017 com o Bauru
Basket, Maikão, como era conhecido, estava jogando no basquete espanhol. Maikão
era nome constante nas seleções brasileiras de base e nesta temporada chegou a
se inscrever para o Draft da NBA, mas depois retirou o seu nome. Sei que não é
fácil perder um ente querido, mesmo sabendo que um dia todos nós iremos passar
por isso, quando chega esse momento, temos que buscar forças espirituais em
Deus para suportar tanta tristeza e dor no coração. Respeito todas as religiões,
mas acredito e tenho convicção que nosso destino está traçado. O que temos que
passar nesta vida, ninguém passará por nós, somente Ele tem o poder de alterar
a ordem das coisas. Em minha opinião temos o dia certo para nascer e também
para morrer. Não acredito em coincidências, mas em “Jesuscidência”. Escrevo este
artigo com muita dor no coração, todos os “basqueteiros” brasileiros vêm
passando por momentos de tristeza e muito sofrimento ao receber notícias da
morte dessas personalidades do basquete. Fabião e Paulão foram meus jogadores
em Casa Branca. Eles ficarão para sempre na minha memória e no meu coração.
Laís Helena teve uma vida inteira dedicada ao basquete feminino de Santo André
e do Brasil. Maikão tinha uma vida inteira para brilhar no basquete brasileiro
e mundial. Mesmo sabendo que todos nós temos o dia certo para morrer, a perda
de um amigo ou de um familiar nos traz muita tristeza, angustia e sofrimento. As
mortes citadas aqui, sem exceção, são perdas irreparáveis para nossa modalidade,
cada um em seu tempo, deixaram exemplos de luta, superação, vontade de viver, dedicação
e amor ao basquete. O basquete brasileiro está de luto. Quero deixar registrado
aqui meus sentimentos a todos os familiares pela morte desses “basqueteiros”,
mas ao mesmo tempo agradecendo a Deus por ter sido tão bondoso e generoso com o
basquete do Brasil em permitir que essas pessoas tão especiais, que se foram
recentemente, pudessem ter escrito uma bela história por onde passaram. Aproveito
para pedir a Ele que permita a esses inesquecíveis “basqueteiros” fazerem parte
de sua equipe celeste para que, como sempre fizeram, continuem a “encestar” muitas
bolas lá no céu. Termino meu triste artigo com uma frase de Chico Xavier: “Aqueles
que amamos não morrem jamais, apenas partem antes de nós”.
Marco Antonio Aga